domingo, 31 de janeiro de 2010

Os dias que a NASA gostava de retirar do calendário

NASA: Tragédias da Apollo 1, Challenger e Columbia
Aventuras fatais no espaço

Tripulação do Columbia

Por três vezes o azar bateu à porta da NASA e sempre em finais de Janeiro, custando a vida a 17 astronautas, entre os quais quatro mulheres. A euforia do início da conquista espacial, num caso, a rotina dos voos, nos outros dois, foram apontados como os grandes culpados. Muita coisa foi entretanto reequacionada e a exploração espacial tomou novos rumos após estas tragédias.

O primeiro grande acidente da história espacial norte-americana ocorreu a 27 de Janeiro de 1967, quando a tripulação da Apollo 1Virgil Grissom, Ed White e Roger Chaffee – morreu num acidente do módulo de comando durante os testes de pré-lançamento. O que ocorreu de facto foi um curto-circuito no interior da cabina e ainda que a roupa espacial os tenha protegido do fogo, a inalação excessiva de fumo foi fatal.

Como resultado, toda a programação do projecto Apollo foi atrasada em 21 meses e cerca de 1300 alterações foram feitas.

Dezanove anos depois, a tragédia repetia-se, agora com outro tipo de transportadores espaciais – os vaivéns. A 28 de Janeiro de 1986, e 76 segundos após a descolagem no Cabo Canaveral, o vaivém Challenger explodia: a cerca de 14 mil metros de altitude, começaram a sair chamas de um dos foguetes, que se soltou e bateu contra um dos tanques de combustível externos.

Morreram sete astronautas, entre eles Judith Resnick, segunda mulher norte-americana a ir ao espaço, e Christa McAuliffe, escolhida entre 11 400 professores. O relatório final concluiu que uma junta circular que devia selar duas secções do foguete tornou-se quebradiça com o frio e rompeu-se.

O acidente provocou a paralisação dos voos durante 32 meses para fazer revisões que garantissem a segurança, mas 17 anos depois, um segundo vaivém, o Columbia, já no fim da sua missão de 16 dias, na reentrada da atmosfera terrestre, desintegrou-se nos céus do estado norte-americano do Texas, a 1 de Fevereiro de 2003, 16 minutos antes da aterragem, matando mais sete astronautas.

A perda do Columbia foi o resultado de um dano ocorrido durante o lançamento, quando um pedaço da espuma, do tamanho de uma pequena mala, bateu na asa esquerda da aeronave danificando o escudo de protecção térmica, que protege do calor gerado pelo choque com a atmosfera na reentrada.

O estrago permitiu que o ar extremamente aquecido penetrasse no interior da asa, enfraquecendo a sua estrutura e causando a desintegração do Columbia.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Notícia sobre risco sísmico no Público

Um sismo forte no Verão fará estragos significativos no Algarve
Por Teresa Firmino

Entre cinco e sete por cento dos edifícios sofreriam danos muito graves. Seriam milhares os desalojados e centenas as vítimas num abalo de 7,5 perto da costa


Num sismo com epicentro no Algarve, em terra, com os mesmos sete graus de magnitude registados no Haiti, quantos edifícios seriam afectados? Embora com incertezas, é possível ter um cenário. "Ficariam afectadas 40 a 50 por cento das unidades hospitalares, escolas, redes eléctricas e de abastecimento de água, entre outras", revelou ontem o coordenador científico de um estudo de risco de sismos e tsunamis no Algarve, Carlos Sousa Oliveira, do Instituto Superior Técnico, na apresentação do trabalho.

Em Portugal há alguns programas informáticos que calculam os danos nos prédios, o número de vítimas e as perdas económicas de um sismo. O mais recente é este do Algarve. A este tipo de programas os especialistas chamam simulador de cenários sísmicos. Neste caso, o simulador engloba todo um mundo de dados recolhidos no Estudo do Risco Sísmico e Tsunamis do Algarve, entre 2006 e 2009, coordenado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e que envolveu nove instituições científicas.

Estão lá as falhas geológicas que podem gerar sismos no Algarve (no mar e em terra); o catálogo dos sismos históricos; os vários tipos de solo e a forma como amplificam as ondas sísmicas; os tipos de construção dos edifícios residenciais; as escolas, os hospitais e centros de saúde; as diversas redes (rodoviária, ferroviária, eléctrica, abastecimento de água ou comunicações); ou o número de pessoas presentes.

Ontem, na Universidade do Algarve, o director nacional de Planeamento e Emergência da ANPC, José Oliveira, apresentou um exemplo do que o simulador pode fazer. Escolheu um hipotético sismo de magnitude 7,5 na escala de Richter (já elevada), com epicentro 68 quilómetros a sudoeste de Faro (já perto da costa), num dia 15 de Agosto, ao meio-dia. Portanto, no mês que é o pico da afluência de pessoas na região (população oscila entre 420 mil no Inverno e 1,5 milhões no Verão) e a uma hora com muita gente na praia.

Em cinco a dez minutos, o simulador faz os cálculos. Surgem depois no ecrã de um normal computador, localizado apenas na ANPC na zona de Lisboa e no seu Comando Distrital de Operações de Socorro em Faro, diversos mapas.

No hipotético sismo de 7,5, os mapas mostram onde se localizariam os danos humanos, que traduzem a incerteza destes métodos numa grande amplitude: mortos entre 33 e 1007; feridos entre 254 e 593; desalojados entre 8690 e 13.234. Ou os danos nos edifícios: totais (1,2 a 1,5 por cento), severos (4,5 a 6,1) e ligeiros (20,3 a 35,9). No mapa são ainda evidenciadas as zonas de edifícios sem danos, dos que ficariam com uso condicionado e dos inutilizáveis. Noutro mapa vêem-se os danos no fornecimento de energia.


O que inundaria um tsunami

Se este sismo não passou de exercício, o certo é que o simulador já foi posto à prova - na madrugada de 17 de Dezembro último, quando se registou em Portugal continental um abalo de magnitude seis, 100 quilómetros a sudoeste do Cabo de São Vicente.

Uma hora depois, a ANPC corria o novo simulador com a magnitude e o epicentro do sismo a sério. "Verificámos que não havia danos expectáveis no Algarve. Foi uma situação real que testámos, e bateu certíssimo", conta-nos Patrícia Pires, da ANPC.

Outro dos cenários incluídos no simulador do Algarve é o de um tsunami. A equipa de Miguel Miranda, do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, simulou as áreas afectadas por uma onda gigante provocada por um sismo de 8,3 de magnitude (com quatro possíveis origens no mar, tendo em conta as várias localizações sugeridas para o terramoto de 1755). "Fizemos cartas de inundação para um conjunto de sítios no Algarve. A inundação é significativa em muitas zonas, com cotas baixas", diz Miguel Miranda. "Aquelas onde há confluência entre os pequenos rios algarvios e o litoral são particularmente vulneráveis." Armação de Pêra é uma das piores zonas. Ontem, a apresentação de uma carta de inundação por um tsunami na zona de Quarteira e Vilamoura permitiu ter ideia de como o mar avançaria terra adentro.

Mas o cenário do sismo de 1755 não fez parte dos exemplos, embora conste no menu do simulador. "Num sismo como o de 1755 em Agosto, à tarde, o simulador dá-nos valores absolutamente impressionantes de mortos, feridos e danos. É qualquer coisa de muito grave. É uma situação calamitosa e o simulador mostra isso", diz-nos Carlos Sousa Oliveira. "Acima de determinados níveis, a resposta é muito difícil. Há o efeito de dominó: se não tivermos electricidade, não temos água, não podemos apagar incêndios..." A probabilidade de um sismo desses, acrescenta, é muito baixa.

Os números destas simulações é o tipo de informação que todos têm relutância em divulgar, sobretudo quando se trata de simular o sismo de 1755, um dos maiores de que há memória na Terra, com 8,5 a 9 de magnitude. Porquê? Não querem alarmar a população e as estimativas em relação às vítimas têm grande incerteza. "Temos muitas dúvidas nessas estimativas", frisa Alfredo Campos Costa, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que também participou na criação do simulador. "Há três modelos matemáticos de perdas de vidas humanas e esses modelos dão diferenças de duas ordens de grandeza. Se um dá dez, o outro dá mil", acrescenta este especialista em engenharia sísmica.

Estas estimativas são difíceis, pois é preciso introduzir muitas variáveis - por exemplo, o que mata não são os sismos, são os edifícios, e essa correlação é complexa. Também Patrícia Pires refere as limitações: "Não podemos tomar os números como verdade absoluta do que vai acontecer. Se o simulador diz 301 mortos, é uma aproximação."

Se as simulações têm estas limitações, para que servem? Dão uma ideia genérica do que pode ocorrer e, com essa informação, preparar planos de emergência e medidas de reforço anti-sísmico das construções. E logo após um sismo, como o de Dezembro, ajudam a traçar um primeiro retrato dos impactos e a decidir para onde enviar socorro. "Temos, quase em tempo real, a perspectiva geral do que pode ter ocorrido, o que apoia a decisão nas primeiras horas e orienta as equipas no terreno", diz Patrícia Pires.


in Público - ler notícia

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Curiosidade

A maior palavra da língua portuguesa, com 20 sílabas e 46 letras:

pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico

Refere-se ao estado de quem é contaminado por uma doença rara provocada por aspiração de cinzas vulcânicas (pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose).

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

XV Olimpíadas do Ambiente


A nossa Escola vai participar, no dia 14 de Janeiro, na 1ª eliminatória. Esta realiza-se na Sala Multiusos, entre as 14.30 e as 15.15 horas. Para saberes mais e te prepares, podes consultar:


NOTA: as inscrições terminaram hoje, mas os interessados ainda podem inscrever-se na segunda feira...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Galileu descobriu os satélites de Júpiter há 400 anos!

Post conjunto com o Blog AstroLeiria:

Faz hoje 400 anos que Galileu Galilei se lembrou de apontar a sua fraca luneta para Júpiter e descobrir 3 (mais tarde quatro...) pequenas estrelinhas próximas - tinha descoberto os satélites ditos de Galileu.



Para ajudar, coloquei em cima facsimile do registo original (em cima e em italiano) do grande cientista e ainda uma foto actual, feita por uma sonda espacial, dos quatro satélites por si descobertos (em baixo, da esquerda para a direita, respectivamente - Io, Europa, Ganimedes e Calisto):

Curiosamente, embora fosse Galileu o autor da descoberta, não foi ele quem lhes deu o nome - a escolha deve-se a um obscuro astrónomo alemão...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Flash mob da TAP e ANA




Uma imagem da Nebulosa de Orion

Post roubado ao Blog De Rerum Natura:

PORTUGUÊS VENCE CONCURSO MUNDIAL COM FOTOGRAFIA DE UM BERÇO DE ESTRELAS



Uma imagem da Nebulosa de Orion (ao lado), que está entre 1300 a 1500 anos-luz da Terra e é conhecida por ser uma zona próspera na criação de estrelas, valeu ao engenheiro electrotécnico Luís Miguel Santo, de 34 anos, o primeiro prémio do concurso mundial de astrofotografia das Galilean Nights, um dos projectos-chave do Ano Internacional da Astronomia.

A fotografia, captada em finais de Outubro na Atalaia (Montijo), venceu a competição Beyond Earth (Para além da Terra), que reuniu imagens do Universo captadas por todo o globo. Os participantes foram desafiados a obter imagens dos objectos astronómicos estudados por Galileu Galilei, o cientista que há 400 anos protagonizou as primeiras observações do céu realizadas através de um telescópio.

"O objecto que Galileu observou e que escolhi foi a nebulosa de Orion, também conhecida como o objecto de Messier 42 (M42) e que está enquadrada com outra nebulosa (NGC1977), denominada na gíria Running Man (olhando na zona azul, e com alguma imaginação, vemos um indivíduo a correr, tal como o nome em inglês sugere). Existe ainda uma zona de concentração de estrelas denominada trapézio, pela sua disposição, que foi objecto de estudo de Galileu", explica Luís Miguel Santo.

"A Nebulosa de Orion (zona avermelhada em baixo na fotografia), pertence à constelação de Orion, e é denominada uma nebulosa de emissão (nuvem de gás ionizado que emite luz de várias cores) dada a presença, entre outros, de enormes quantidades de hidrogénio, a principal matéria-prima das estrelas. É uma zona conhecida como profícua na criação de estrelas. A nebulosa NGC1977 é uma nebulosa de reflexão; nuvens de poeira que simplesmente reflectem a luz de uma ou mais estrelas vizinhas, e como tal apresenta uma coloração azulada", revela o astrónomo amador.

Luís Miguel Santo foi um dos numerosos entusiastas que participaram em Portugal nas Noites de Galileu, entre 22 a 24 de Outubro de 2009. No total, 18 cidades desenvolveram perto de 50 actividades muito espaciais, transformando, uma vez mais, o país num dos mais dinâmicos.

Para o engenheiro electrotécnico, o prémio foi uma cereja no topo do bolo uma vez que captar uma fotografia dos astros para além da Terra não é fácil requerendo uma árdua aprendizagem. "O ritual de preparação e obtenção de uma astrofotografia tem algo que se lhe diga. Começa por preparar de antemão os objectos a fotografar, bem como definir os principais parâmetros de exposição, enquadramento, e montar o equipamento... Uma sessão normal inicia-se pelas 22h e pode terminar quando a estrela mais perto da terra dá a volta", frisa.

Ao contrário da fotografia tradicional, cada imagem em astrofotografia é composta por vários fotogramas (podendo durar tipicamente até 15 minutos por fotograma), incluindo a cor que tipicamente é obtida através de filtros distintos para o vermelho, o verde e o azul. Posteriormente, toda a informação contida nos diferentes fotogramas (luz e cor) é alinhada e calibrada de forma a obter apenas uma imagem a cores de maior detalhe, explica Luís Miguel Santo.

"A Astronomia é para mim um desafio que reúne duas paixões: fotografia e ciência. A Astronomia... tem um pouco de filosofia e é um exemplo importante na eterna procura do conhecimento, em especial o de olhar o Universo, cada vez mais longe, para perceber algo bem próximo... a própria Humanidade e a sua história", sublinha.

A imagem está aqui.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Vulcanismo no rift africano e ecologia

Erupção no Congo perto de refúgio de gorilas de montanha
02.01.2010

Um vulcão entrou em erupção no Parque Natural de Virunga, no Congo, local onde se refugiam cerca de 200 dos últimos 720 gorilas de montanha do mundo.

Segundo Feller Lutahichirwa, director do parque citado pela Associated Press, o vulcão Nyamulagira terá começado a expelir lava durante esta madrugada.


A área afectada não tem praticamente quaisquer habitantes, mas a situação "causa grande preocupação", pelo que já foram enviados para o local alguns guardas florestais, que monitorizarão as correntes de lava. Segundo Lutahichirwa, na área afectada até ao momento não existirão muitos gorilas de montanha.